quarta-feira, 19 de março de 2014

O Deus misericordioso é o justo juiz

 Todos nós passamos, em algum momento de nossas vidas, por situações de decepção, desilusão ou frustração de determinada expectativa. Seja nos relacionamentos familiares, nas relações de amizade, de trabalho ou de mera convivência, certamente alguém já nos decepcionou ou ofendeu. Muitos, quando decepcionados, se sentem não somente tristes, mas também amargurados e críticos, pois se inclinam para apontar falhas e defeitos de quem provocou aquela frustração.
 Se nos encontrarmos nessa situação, devemos lutar para sair dela; do contrário, estaremos criando uma raiz de amargura em nosso coração (Hebreus 12:15). Esse sentimento também faz com que julguemos as pessoas antes do tempo, deixando de atender o que dizem as Escrituras: " Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus" (1Coríntios 4:5).
 Percebemos o seguinte: nossa própria justiça, aos olhos de Deus, de nada vale. Isso porque a visão que temos dos fatos é apenas parcial e limitada; somente o Senhor conhece os desígnios dos corações. Somente Ele sabe das reais limitações, falhas e dificuldades de cada um. E Deus tem misericórdia de quem Ele quer ter misericórdia (Romanos 9:15-16). Isso significa que cada pessoa tem sua própria " cota" de graça, misericórdia e perdão da parte de Deus. Assim, não cabe a nós dizer em que grau determinada pessoa pode ou não ser perdoada, mas apenas ao Senhor. Diante disso, por mais reprovável que consideremos ser a situação de alguém, não devemos julgá-la para emitir juízo de condenação, pois o juízo rigoroso que fazemos, recairá contra nós mesmos no futuro (Tiago 2:13). Busquemos nos enxergar na mesma situação, como pessoas igualmente necessitadas da misericórdia e perdão de Deus (Lucas 6:36-37).
A Bíblia revela que nosso Deus é rico em perdoar, que Ele espera para ter misericórdia e que Ele não tem prazer em condenar as pessoas, mas deseja que se convertam e cheguem ao arrependimento (Isaías 55:7, 30:18; Ezequiel 18:23). Foi para isso que o Senhor Jesus, como Filho de Deus, morreu na cruz e ressuscitou. Ele foi injustamente condenado à morte, pois Nele não havia pecado algum; e com base em Sua morte e ressurreição, muitos foram justificados. Na cruz, o Justo morreu pelos injustos, para mostrar ao mundo a riqueza da misericórdia e do amor de Deus (Romanos 4:24b-25; 1 Pedro 3:18; Efésios 2:4-5).
 Quando escolhemos seguir o Senhor, também optamos por tomar a cruz (Mateus 16:24). Na prática, muitas vezes isso significa abrir mão de nossas mágoas e sentimentos negativos, para nos encher do amor de Deus e ter misericórdia das pessoas que porventura nos fizeram algum mal. Não desanimemos diante dessas situações, pois a vida que Deus nos dispensou é poderosa até mesmo para nos levar a amar nossos inimigos e a orar por eles (Mateus 5:44). Se agirmos assim, exercitando a misericórdia em vez do juízo, certamente o Senhor se alegrará conosco e receberemos a Sua misericórdia. (Texto extraído do Jornal Árvore da Vida - Ano 24 - Número 256 - OUVIR E PRATICAR)

O segredo para alcançar o alvo e obter o prêmio

Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus (F p 3:12)

Fp 3:12-14; Fm 3-19


Os livros de Gálatas, Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemom estão integrados. Para facilitar a memorização, temos comparado o livro de Gálatas com a fuselagem de um avião; as asas são representadas por Efésios e Colossenses, a meta, por Filipenses e a pista de decolagem, por Filemom. Efésios e Colossenses formam um par. Colossenses fala que o mistério de Deus é Cristo e Efésios fala que o mistério de Cristo é a igreja.
Filipenses nos mostra de modo muito claro que, se queremos avançar, quer na obra, quer em nosso viver, não devemos olhar para os lados ou para trás. É preciso esquecer as coisas que para trás ficaram e correr para as que diante de nós estão (Fp 3:12-14). Cristo está à nossa frente e nos chama. Assim em Filipenses está o alvo, a meta, e nós precisamos tomar essa direção para alcançar o prêmio.
A Epístola a Filemom fala muito do amor. Filemom era um presbítero de Colossos que tinha um escravo chamado Onésimo, o qual, depois de fugir e provavelmente roubar seu senhor, foi preso em Roma e tornou-se companheiro de prisão de Paulo (Fm 10). Paulo lhe pregou o evangelho e Onésimo foi salvo e apascentado por Paulo em Roma. Na mesma época em que Paulo escreveu a carta à igreja em Colossos também escreveu uma carta pessoal a Filemom e a enviou por meio de Onésimo (v. 12), pois estava ciente do amor e da fé de Filemom para com o Senhor e com todos os santos (v. 5).

O nome Onésimo quer dizer útil, mas pelo que fez e com a fuga tornou-se uma pessoa inútil. Porém, ao crer no Senhor, e pela ajuda de Paulo, passou a ser útil. Na carta em que escreveu a Filemom, Paulo contou como Onésimo havia mudado depois que se converteu e ganhou a vida divina. A recuperação de Onésimo se deu por causa do amor de Paulo para com ele. Em Colossenses 3:11 Paulo escreveu que em Cristo não há "grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos". A prática dessa verdade está no fato de Onésimo ter crido no Senhor assim como seu senhor, Filemom: agora ambos estavam em Cristo, portanto não havia mais escravo nem livre, mas os dois estavam unidos pelo amor do Senhor. Por isso dizemos que o amor, representado pela Epístola a Filemom, é essa pista necessária para que o avião decole e voe na direção estabelecida na Epístola aos Filipenses.

Em nossa jornada cristã, somos orientados e até mesmo conduzidos pela economia neotestamentária de Deus (Gálatas). Em nosso viver temos Cristo como o mistério de Deus (Colossenses) e a igreja como o mistério de Cristo (Efésios). Para atingir nossa meta o segredo é esquecer as coisas que para trás ficam e avançar para as que estão adiante de nós (Fp 3:13-14). Se olharmos para trás, não teremos mais o desejo de avançar; por isso, por meio do livro de Filipenses, o Senhor nos encoraja e nos chama a prosseguir. Porém, para avançar, precisamos de uma pista de amor revelada no livro de Filemom. Somente com amor podemos atingir o alvo.

Que bênção que, em Sua providência divina, o Senhor poupou a vida de Paulo para escrever essas epístolas, tão importantes para a nossa jornada cristã até o reino.

OBS: Palavra extraída do Alimento Diário