quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cheios do Espírito

Não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam (Rm 10:12)

At 2:17-21, 42-47; 6:1-4; 7:55-56, 59


Vimos ontem que, após ter recebido da parte de Deus um chamamento especial para levar o evangelho aos gentios, Paulo precisou ser preparado com as palavras da economia divina no Novo Testamento. Isso ocorreu porque, diferentemente dos doze apóstolos, ele não havia estado com o Senhor Jesus e não tinha conhecimento de Suas palavras. Os discípulos, por outro lado, tiveram oportunidade de permanecer com Jesus por volta de três anos e meio de Seu ministério terreno. Após a ascensão de Cristo aos céus, os apóstolos começaram seu ministério levando as pessoas a invocar o nome do Senhor, conforme lemos em Atos 2. Naquele grande ajuntamento que havia em Jerusalém por ocasião do dia de Pentecostes, Pedro tomou a palavra e mencionou as profecias registradas pelo profeta Joel (vs. 17-21), referentes aos muitos sinais que viriam a ocorrer no fim dos tempos. No entanto ele fez questão de enfatizar que o que traria a salvação seria invocar o nome do Senhor. Em nossa vida cristã, tudo se inicia quando nós cremos e invocamos esse nome, pois recebemos o perdão dos nossos pecados e também ganhamos a vida de Deus. Naquela ocasião, houve um acréscimo de quase três mil pessoas (v. 41).

Os versículos seguintes nos mostram como era o viver da igreja: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum" (vs. 42-44).

Com o aumento no número de irmãos, os apóstolos tiveram certa dificuldade ao cuidar das questões práticas, como o serviço de alimentação dos irmãos mais necessitados, o que gerou descontentamento entre os helenistas porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária (6:1). Como aqueles que conduziam os irmãos nas questões espirituais precisavam se dedicar à Palavra e à oração (v. 4), escolheram sete homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo para auxiliá-los no serviço às mesas (v. 3). Esses homens foram chamados diáconos. Nessa passagem vemos que ser um diácono não é algo pequeno, mas é resultado de alguém que exercita o espírito e serve a igreja segundo a capacidade dada por Deus (Ef 4:7). Eles não foram escolhidos de qualquer maneira, mas foram designados segundo a vontade do Senhor. Dentre os diáconos que foram estabelecidos, Estêvão foi especialmente usado pelo Senhor. A Bíblia nos mostra que, além de ser cheio do Espírito, ele também conhecia muito bem o plano de Deus revelado no Antigo Testamento e que Jesus era o Cristo prometido pelas Escrituras. Irritados e impactados com suas palavras, os fariseus o prenderam e o apedrejaram, tornando-o o primeiro mártir do Novo Testamento. No entanto, mesmo sendo apedrejado, Estêvão não deixou de invocar o nome do Senhor e de interceder pelos que o maltratavam; e o Senhor o ouvia em pé à destra de Deus (At 7:55-56).

Pelo registro de Atos, vemos que Estevão tinha um alto padrão espiritual, assim como os demais diáconos que foram escolhidos tinham seus dons exercitados, que se tornaram ministérios e operações visando à edificação do Corpo de Cristo (6:3; 1 Co 12:4-6). Todos eles tinham um viver normal da igreja, invocavam o nome do Senhor e conheciam a Sua Palavra. Graças ao Senhor, hoje, para sermos de fato ministros da nova aliança, não podemos ter um viver frouxo, mas viver no espírito e tomar parte nesse ministério, pois o próprio Deus é quem nos capacita!

(PS: Palavra Extraída do Alimento Diário)