Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres. [ ... ] E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado (At 13:1-2)
At 9:22, 26-29; Gl 1:17; Fp 3:5-6
Com a cooperação dos diáconos o número de novos convertidos continuava aumentando, um dos motivos pelo qual se levantou grande perseguição contra a igreja em Jerusalém (At 8:1a). Nesse contexto surge o jovem Saulo, hebreu por nascimento e extremamente zeloso do judaísmo (Fp 3:5). Por esse motivo, Saulo estava entre os que perseguiam aqueles que invocavam o nome do Senhor. Além disso, apesar de ser praticamente impossível alguém guardar os dez mandamentos em sua totalidade, o próprio Paulo afirmou que ele era irrepreensível quanto à lei (v. 6).
Pelas palavras de Paulo podemos ver que ele era bastante impetuoso e ousado em relação às suas convicções desde o tempo em que perseguia os santos e acreditava, com isso, preservar a tradição judaica e agradar a Deus. Por isso, quando recebeu o chamamento divino, por meio de Ananias, em Damasco, seu primeiro impulso foi o de visitar as sinagogas para debater com os judeus (At 9:22, 27-29). Contudo, essa antiga maneira de Paulo agir precisava aos poucos ser deixada de lado (2 Tm 2:24). Para isso, ele precisava experimentar o viver da igreja e o serviço ao lado de outros irmãos. Da mesma forma, todos temos nossa maneira natural de fazer as coisas mas, no serviço ao Senhor, precisamos aprender a deixar de lado nossa vida da alma, representada pelas nossas opiniões, e servir em coordenação com os demais irmãos. Por outro lado, Paulo precisava ser instruído com as palavras da nova aliança. As coisas antigas haviam passado e, por esse motivo, quando ele esteve no deserto da Arábia, Deus o arrebatou ao terceiro céu, onde ele ouviu palavras inefáveis, as quais, naquele momento, não lhe foi lícito referir (2 Co 12:2-4).
Depois de estar no deserto, Paulo voltou para Damasco (Gl 1:17). No livro de Atos podemos ver que ele foi também a Jerusalém (9:26-29). Aqui vemos como Barnabé acolheu Paulo e dava importância ao jovem recém-convertido. Pelos registros bíblicos, ele gostava de ajudar jovens cristãos a serem aperfeiçoados para se tomarem úteis no serviço ao Senhor. Podemos citar como exemplo o jovem João Marcos que, na primeira viagem de visita às igrejas, os havia deixado e voltado para Jerusalém (13:13). Na segunda viagem, Barnabé queria dar a ele uma segunda chance, mas Paulo não quis levá-lo. Nesse ponto precisamos aprender com Barnabé, e sempre valorizar os irmãos, ainda que eles cometam erros, sabendo que no futuro eles poderão ser muito úteis ao Senhor.
(PS: Palavra Extraída do Alimento Diário)